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Boquini cavadão |
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
E cadê a inspiração? Foi embora junto com a minha pureza, a minha crença, a minha fidelidade. Eu sou comum, igualzinho a você, a vocês. Eu cometo erros mesquinhos e sou capaz de grandes momentos. Para cada grande momento, milhares de erros mesquinhos no ar, no lençol, no ralo de um banho cheiroso. Para cada fundo do poço, milhares de motivos de perdão boiando, bóias de coração para eu me agarrar. E eu nunca me agarro em mim, sempre espero alguém chegar. Eu não queria ter ido tão longe. Nem seguido um que não posso, nem aturando outro que nunca pude. Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó. O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos. O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre. Para dar tempo de eu ser para sempre. Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você. Antes que eu morresse de amor. Matei você. Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não. Desculpa, eu tinha prometido nunca mais escrever tão subjetivamente.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Simpatia é dar em cima. Sinceridade é grosseria. “Também” é “eu te amo”. Sorriso é felicidade. Choro é depressão. Não chorar é indiferença. Gay é doença. Educação é falsidade. Internet é intelectualidade. Demonstrar é melação. Não demonstrar é desinteresse. Comer é obesidade. Não comer é anorexia. Beleza é burrice. Feiura é encalhada. Namoro é sexo. Ficar é sexo. Sair sexta à noite é sexo. Não é assim que as coisas funcionam, não comigo.
Amor não se pede Se implorar resolvesse, não me importaria. De joelhos, no milho, em espinhos, agachada, com o cofrinho aparecendo. Uma loucura qualquer, se ajudasse, eu faria com o maior prazer. Do ridículo ao medo: pularia pelada de bungee jump. Chorar, se desse resultado, eu acabaria com a seca de qualquer Estado, de qualquer espírito. Mas amor não se pede, imagine só. Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não. Amor não se pede, é uma pena. É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei. Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. Aquele cheiro que dá vontade de transar pro resto da vida. É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.” Tati Bernardi
domingo, 28 de agosto de 2011
Repórter: Natan, você sabe o que é amor? Natan : Pra mim amor foi quando os valentões da minha turma me empurraram do balanço e eu fiquei com o joelho machucado.Ai a Aninha me deu um beijo no joelho e disse “Se você quiser eu peço pra sua mãe deixa você ir pra minha casa ai eu cuido de você e faço biscoitos.” Eu acho que a amo. Repórter: Gente acho que eu vou casar com ele. (Natan 5 anos)
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
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